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Na Linha de Frente: estar preparado para crises é possível?


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Sou engenheiro de segurança do trabalho, e atuo há 24 anos na área de Segurança, Saúde e Meio Ambiente. Iniciei minha carreira no Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, onde tive a oportunidade de participar de cursos sobre planejamento e coordenação de emergências, lançamento de barreiras de contenção no mar para controlar derramamentos de óleo, montagem de planos para armazéns de cargas perigosas, entre tantos outros treinamentos. Atuei em vazamentos reais de produtos perigosos e tive a honra de coordenar o Plano de Auxílio Mútuo (PAM) da cidade de Rio Grande, com participação da Defesa Civil, Marinha do Brasil, Superintendência do Porto, Polícia Rodoviária Federal, e representantes das maiores empresas do porto.

Ao longo da minha carreira, enfrentei tempestades com ventos de até 120 km/h, que derrubaram containers como se fossem caixinhas de fósforos. Presenciei acidentes fatais, coordenei resgates complexos, como o salvamento em um guindaste de 50 metros de altura com difícil acesso à vitima, e vi um forno de aciaria explodir, felizmente sem vítimas devido à eficácia do nosso plano de emergência.

Contudo, nada se compara ao que está acontecendo agora no Rio Grande do Sul. Não estou mais residindo no Estado e, portanto, não estou atuando presencialmente nesta tragédia que afeta meu Rio Grande, meu estado e minha cidade natal. Sinto uma mistura de impotência e angústia ao ver a devastação de longe, sem poder contribuir diretamente. Mesmo com toda a minha experiência, questiono se estaria preparado para enfrentar uma crise dessa magnitude. É bem possível que não! No entanto, sei que, se estivesse lá, teria que atuar, mesmo com os medos e receios, pois a necessidade de ajudar seria maior do que qualquer incerteza.

A preparação para crises é complexa e, muitas vezes, imprevisível. Planejamos e treinamos, mas nunca estamos completamente prontos para o impacto emocional de ver nossos entes queridos e nossa comunidade sofrendo. Cada crise traz sua própria peculiaridade e desafio, e a proximidade com o evento e as pessoas atingidas adiciona uma camada emocional que não pode ser antecipada ou completamente mitigada por qualquer plano de emergência.

Nesses momentos, é impressionante e comovente ver a força da comunidade e a resiliência das pessoas. Pessoas de todos os lugares do Brasil estão atuando nesta tragédia, muitos à distância, através de doações em dinheiro, água, comida, roupas, que são essenciais para garantir necessidades básicas, e muitos na linha de frente. 

Aqueles que estão na linha de frente, ajudando nos resgates, oferecendo acolhimento nos abrigos e proporcionando apoio emocional e material aos atingidos, são verdadeiros heróis. Seu trabalho é um lembrete poderoso da humanidade que compartilhamos.

Quero fazer um reconhecimento sincero e genuíno a todos que estão ajudando neste momento de crise. Vocês são a prova viva de que, mesmo nas situações mais difíceis, a solidariedade e o espírito comunitário prevalecem. Obrigado por seu esforço incansável, por sua coragem e por sua dedicação. Vocês são a esperança e a luz em meio à escuridão, e seu trabalho não passa despercebido.

Para todos que, como eu, estão à distância e desejam ajudar, existe uma maneira importante de contribuir: façam doações para sites confiáveis. Acesse www.paraquemdoar.com.br para encontrar informações sobre como doar e apoiar as vítimas dessa tragédia.

A minha jornada me ensinou que, por mais preparados que estejamos, sempre haverá elementos fora do nosso controle. No entanto, é nossa responsabilidade fazer o melhor que podemos, com o que temos, onde estamos. E, acima de tudo, estar presente para aqueles que precisam de nós, mostrando que, mesmo nas piores crises, podemos encontrar força e solidariedade.


Sou Rogério Telmo, pai do Matheus, engenheiro, gestor de SSMA, mentor e CEO do SSMA EM PAUTA, convido pessoas para conversas leves, importantes e instigantes.

Esta newsletter é mais um canal de comunicação do SSMA EM PAUTA, no qual podemos trocar experiências e aprendermos juntos. Vem com a gente!!

 
 
 

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